Wednesday, September 07, 2005

O Ponto

Rigorosamente o ponto não tem dimensão.
Podemos definir o ponto por uma afirmação: "o ponto é a menor parte do espaço"; ou por uma negação: "o que não tem partes".
O ponto como centro contém todo o Universo, não sendo ele, apenas um elemento, mas um todo que pode subsistir por si só, e que ao mesmo tempo é um múltiplo.
A unidade é algo que não se separa; existe sempre como centro, e sua peculiaridade consiste que, aparentemente dividida, mantém sempre o mesmo centro.
O vocábulo Universo, "um em diversos", deve ser compreendido como "diversos em um", para assim, entender-se que a unidade é formada por diversos elementos e não que vários elementos passam a englobar-se e formem a unidade. O Universo não é um conjunto de todas as coisas, mas sim uma unidade onde existem todas as coisas. O Universo não explode criando uma multiplicidade autônoma de elementos. Cada elemento isolado contém a própria unidade, assim vamos encontrar dentro de uma célula ou dentro de um pensamento, todo o sistema cósmico.
O ponto é o próprio SER, a essência e a substância de todas as coisas.
O ponto é o menor instante universal.
Sob o princípio atomista, a existência (isto é, a origem e a dissolução) de todas as coisas é momentânea. (Khamika,Vis.I,230,239; Dpvs.I,16)
Este in-stant e (Khana) no qual todas as coisa surgem, existem e cessam de ser simultâneamente, é este presente sem duração que separa o passado do futuro e dá a ambos uma significação. O tempo, no seio do qual sobrevém a mutação, não é nada mais que a sucessão ou fluxo de instantes análogos, cada um dos quais sendo em si fora do tempo é nosso caminho do meio (A,IV,137). O tempo implica o movimento, o movimento, a mudança de lugar; em outros termos a duração traz consigo a mutação, o porvir.

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